quarta-feira, 6 de junho de 2012

TRAÍDO PELA FADIGA

O suor fustigante brotava em suas pálpebras. A subida causticante havia-lhe roubado todas as forças. Sentado na rocha a sombra daquele carvalho, ofegante, busca ver os algozes que lhe perseguem. 

Verifica tremulo se a arma esta posicionada em seu coldre. Sabe de imediato que ultrapassada a montanha encontrará refugio em terras cheroquis.

Sorve mais um gole de Whisky barato que traz em seu forje, antes de prosseguir sua jornada.

Mais alguns metros e atinge o ápice da montanha.

Impossível segurar o sorriso, á vista da invernada que abrigará o trapo de homem que restou, depois de anos aprisionado no condado do Alabama.

Jura para si mesmo que mudará de vida. Assaltos a trem nunca mais.

Se volta de relance vê a nuvem de poeira que paira no ar. Percebe que deverá ser rápido. Seus perseguidores estão muito próximos. Solta-se da íngreme montanha ladeira à baixo.

O rio no pasto verdejante sacia sua sede, acalmando seu corpo cansado e o repouso na relva é inevitável.

Acorda de sobressalto, com um ponta pé nas costelas, contraindo os olhos num gemido de dor.

Quer ser rápido com sua mão no coldre, mas um estampido o adverte, tarde demais para sacar,achou que escaparia, que mudaria, mas a prisão novamente o espera.

SAUDADES DE NINGUEM

Em pratos que prantos choram

Não secam lagrimas em louça

Saudades de ninguém

CANTO DA SEREIA

Salpicam a meia noite

O canto das sereias

Mergulho no mar

REVOADA



Revoada de pardais

Bate em retirada

Novo alvorecer