segunda-feira, 22 de julho de 2013

Solteirona? Até Quando?

A chuva torrencial da noite anterior havia encharcado totalmente a gramínea que ladeava a casa grande. Apesar da água caída, o dia promete muito trabalho, na fazenda Cantareira.
Os peões buscam as ferramentas para a lida do café, que com a enxurrada poderiam ter seus pés desterrados. Alguns deles providenciam a ordenha das vacas, enquanto outros cuidam dos animais.
Pela  janela do quarto, Antonieta presencia o movimento, sem menos importância, pois seus pensamentos estão na corte. Com seu olhar languido, busca um ponto seco para mergulhar sua imaginação.
Entretida nos afazeres da manhã, Maria Inez, sua irmã, desdobrava-se no preparo do café matinal.

- Antonieta! Por favor, desça e ajuda-me com a mesa!

O chamamento pareceu soar ao longe, despertando Antonieta que havia encontrado seu ponto seco.

No transcorrer da refeição as duas irmãs, iniciam alegre conversação.

- Maria Inez, veja só, poucos dias faltam para o baile da corte, você não esta ansiosa?

- É claro que não! Antonieta, você parece adolescente! Ainda não se deu conta que passamos da idade?

- Ora, Maria Inez, eu ainda tenho esperanças, afinal sou solteira. E, você? Depois que enviuvou do Alfânio, meteu-se nesse luto, até parece que tem medo de homem?

A conversa é interrompida  pela chegada de um mensageiro, que em suas mãos traz a carta convite, para o tradicional baile de primavera, realizado todo ano no castelo da marquesa de Ubiratã.
No rosto das quarentonas, o sorriso se estampa, e a chama da perspectiva reacende o fogo da adolescência.

sábado, 19 de janeiro de 2013

INVOLUÇÃO



Um dia fui bebe

Criança, menino, jovem

Ao longo dessa estrada

Adulto, senhor, no passado

Hoje chamado de velho

Amanhã? 

Ah! O amanhã...

Como será?